Sarau é toda e qualquer
manifestação festiva em reunião entre amigos, que podem ser realizados com
encenações artísticas como música, dança, peça teatral, poesia, leitura de
livros, pinturas e qualquer outra atividade relacionada a arte e a cultura.
Os saraus eram manifestações
artísticas que se apresentavam aos reis e aos nobres antigamente, era um evento
bastante comum no século XIX que vem sendo redescoberto por seu caráter de
inovação, descontração e satisfação.
Hoje esta manifestação esta ganhando campo entre as pessoas,
pois é muito comum a reunião de amigos em casas ou espaços apropriados para
este tipo de encontro, onde se trocam conhecimentos, informações e há muita
descontração.
É bastante comum entre grêmios
estudantis e escolas.
As sem-razões do amor
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra
Músicas
Quero
Elis Regina
Quero ver o
sol atrás do muro
Quero um refúgio que seja seguro
Uma nuvem branca sem pó, nem
fumaça
Quero um mundo feito sem porta ou
vidraça
Quero uma estrada que leve à verdade
Quero a floresta em lugar da cidade
Uma estrela pura de ar respirável
Quero um lago limpo de água potável.
Quero um refúgio que seja seguro
Uma nuvem branca sem pó, nem
fumaça
Quero um mundo feito sem porta ou
vidraça
Quero uma estrada que leve à verdade
Quero a floresta em lugar da cidade
Uma estrela pura de ar respirável
Quero um lago limpo de água potável.
Quero voar
de mãos dadas com você
Ganhar o espaço em bolhas de sabão
Escorregar pelas cachoeiras
Pintar o mundo de arco-íris
Ganhar o espaço em bolhas de sabão
Escorregar pelas cachoeiras
Pintar o mundo de arco-íris
Quero rodar
nas asas do girassol
Fazer cristais com gotas de orvalho
Cobrir de flores campos de aço
Beijar de leve a face da lua
Fazer cristais com gotas de orvalho
Cobrir de flores campos de aço
Beijar de leve a face da lua
Cais
Elis Regina
Para quem
quer se soltar
Invento cais
Invento mais que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento amor e sei a dor de me lançar
Invento cais
Invento mais que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento amor e sei a dor de me lançar
Eu queria
ser feliz
Invento o mar
Invento em mim o sonhador
Invento o mar
Invento em mim o sonhador
Para quem
quer me seguir
Eu quero mais
Tenho um caminho do que sempre quis
E um saveiro pronto pra partir
Eu quero mais
Tenho um caminho do que sempre quis
E um saveiro pronto pra partir
Invento o
cais
E sei a vez de me lançar
E sei a vez de me lançar
Reportagem do Jornal Estadão em 03 de agosto de 2009, mostra
endereços de alguns locais onde são realizados estes encontros em São Paulo,
veja na íntegra.
Mapeados, 32 saraus de SP estarão em guia a ser lançado
neste mês.
Levantamento
privilegiou grupos que se reúnem com periodicidade fixa - maioria fica na
região central da capital
03 de agosto de 2009 |
0h 00
A cidade de concreto também faz poesia.
Sob esse lema, a organização Poiesis - mesma instituição que administra a Casa
das Rosas e o Museu da Língua Portuguesa, entre outros locais - organizou e
prepara o lançamento, previsto para este mês, de um inédito folheto com os
"pontos de poesia" da Grande São Paulo. O levantamento resulta de um
trabalho de quatro meses do poeta Rui Mascarenhas. "Surpreendi-me muito
com a diversidade temática dos saraus. Cada comunidade tende a transformar em
poesia suas diferentes realidades", afirma. "O importante é que todos
os grupos estimulam a produção literária."
O folheto, que será distribuído
gratuitamente na Casa das Rosas e nos endereços onde ocorrem os saraus - a
tiragem inicial é de 5 mil exemplares -, traz uma relação de 32 eventos com
periodicidade fixa. E localiza em um mapa. É nítido, por exemplo, que a maior
parte está concentrada na região central. Por outro lado, aparecem muitas
iniciativas em bairros de periferia, como Cidade Tiradentes, Itaim Paulista e
São Miguel Paulista, na zona leste. O mapa ainda inclui grupos das cidades
vizinhas de Suzano, Guarulhos, Carapicuíba, Embu, Pedreira, Diadema e Santo
André.
Em geral, os saraus são frequentados
por aficionados por poesia que moram na região onde ocorrem - ou têm alguma
ligação artística com os organizadores. Com o mapa publicado, espera-se que
surjam, entretanto, mais figuras como o poeta Renato Palmares, de 44 anos,
apelidado de "peregrino da poesia". Não é para menos: desde 2005, é
assíduo frequentador de vários saraus diferentes. "Chego a participar de
quatro em uma semana."
Palmares mora no Campo Limpo, zona sul.
Ali perto, costuma comparecer ao Sarau do Binho - que ocorre sempre às segundas
- e ao Sarau da Cooperifa - às quartas. Quinta-feira é dia de enfrentar ônibus,
trem e metrô para, após uma "viagem" de 2 horas, participar do Elo da
Corrente, em Pirituba, zona norte. Palmares também é figurinha fácil no Sarau
Poesia na Brasa - quinzenalmente, aos sábados, na Vila Brasilândia, zona norte.
"O mais importante é o movimento em si", empolga-se ele, que trabalha
como produtor cultural e já teve textos publicados em quatro coletâneas de
poesia. "Tenho visto muita molecada que faz poemas e se orgulha da própria
existência."
O Sarau da Cooperifa, desde 2001, é um
bom exemplo de como a poesia pode mexer com os moradores da periferia.
Transformou-se em um evento que costuma atrair 200 pessoas a cada edição,
sempre no Bar do Zé Batidão, na Chácara Santana, em M? Boi Mirim. "Quem lê
enxerga melhor", resume o poeta e organizador, Sérgio Vaz.
Em abril, o sarau promoveu, pelo
terceiro ano consecutivo, o "Poesia no Ar", em que todos os poetas
foram convidados a colocar poemas dentro de 500 balões de gás hélio. Como eles
dizem, "para ninguém ficar sem poesia na cidade, o sarau chega via aérea
na casa das pessoas".
E se a poesia pode vir, assim, por
acaso, por que os saraus precisam nascer de forma planejada? O Sarau Elo da
Corrente, de Pirituba, começou como evento de lançamento de um livro -
Desencontros, do poeta Michel da Silva Ceriaco, em 2007. "Queríamos fazer
uma festa, acabou virando um evento semanal de confraternização do
bairro", diz a mulher, a poetisa Rachel Almeida da Silva, uma das
organizadoras.
PARA TODOS OS GOSTOS
O Sarau Diverso Politeama, em Pinheiros,
começou como um clubinho fechado, em 2006. "A gente se reunia na casa de
amigos e apresentava as criações", conta a poetisa Barbara Leite. No ano
seguinte, a ideia se expandiu e o encontro passou a ser público, em um bar. E
engana-se quem pensa que só a poesia tem espaço nesses eventos. "Chegou lá
é só fazer a festa: poesia, música, teatro, dança. Pretendemos estimular a
comunicação entre todas as artes." Do clubinho fechado para hoje, a
principal mudança foram os endereços. De lá para cá, o sarau transferiu-se
cinco vezes de local. "Somos o sarau mais itinerante que existe",
brinca Barbara. Nem tanto. Exemplo de nomadismo é o Sarau Portátil, outra
iniciativa do gênero, que une literatura, música, cinema e teatro em bares e
praças aleatoriamente.
Em dezembro, nasceu o ZAP: Zona
Autônoma da Palavra, evento que ocorre uma vez por mês na Pompeia. A noite
começa com a projeção de filmes, seguida pelo "microfone aberto" - em
que poetas podem declamar ou ler textos. Mais tarde, o ponto alto: uma batalha
poética, em que os participantes são julgados por uma comissão formada na hora.
Qualquer pessoa pode participar. "É só chegar e se inscrever", diz a
poetisa Roberta Estrela D?Alva, uma das organizadoras. O campeão da noite leva
um kit com livros, CDs e DVDs.
Mas não são só novas - e moderninhas -
iniciativas que roubam a cena poética paulistana. Exemplo de tradição é a Casa
do Poeta Lampião de Gás de São Paulo, que promove saraus desde 1948.
Atualmente, os encontros acontecem quinzenalmente, no auditório da Associação
Paulista de Imprensa, na Liberdade. "Provavelmente somos o sarau, em
atividade, mais antigo da cidade", acredita a vice-presidente da entidade,
poetisa Analice Feitoza de Lima.
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